Você que me acompanha no Instagram e me vê trabalhando em um ritmo frenético, não sabe o que eu passei. Por isso, vou contar a minha trajetória: quem eu sou; com o que já trabalhei; meus erros e acertos no Instagram.
A começar pelo meu nome, Araci Maria Crisóstomo do Nascimento. E você acredita que eu não gostava dele? Minha mãe me deu esse nome em homenagem a minha avó que se chamava Aracy. Eu passei anos da minha vida não aceitando e não gostando do meu nome, até que um dia, já adulta e casada, algo especial aconteceu e eu passei a amar o nome que me foi dado com muito amor pela minha querida mãe.
E esse foi o primeiro passo para eu me encontrar no Instagram. Aceitar-me como eu sou foi fundamental. Eu sempre digo: a autoaceitação e o autoconhecimento são importantes em tudo na vida, principalmente para o trabalho no Instagram.
Mas depois eu conto com mais detalhes a minha trajetória no Instagram. Agora vamos voltar ao tempo de quando eu era criança e meus pais tinham um ferro velho no Rio de Janeiro, cidade onde nasci e cresci. Eu, ainda criança, fazia questão de vender objetos do ferro velho para ter o meu dinheiro. Não precisava, mas eu já gostava daquele universo de empreender, de trabalhar, de vender, de receber dinheiro pelo trabalho.
E assim eu fui crescendo com o desejo forte no coração de empreender. Quando eu completei 19 anos, o meu pai comprou uma madeireira para mim. Ali eu me realizava empreendendo, vendendo e me relacionando com as pessoas. Eu já sabia que venda era relacionamento.
A madeireira estava indo bem, até que um dia eu decidi fazer sociedade com um homem que se mostrava educado e entendido do assunto. Ele me perguntou o que eu mais gostava de fazer e eu respondi que era vender, me relacionar com os clientes. Ele também me perguntou o que eu não gostava de fazer e eu respondi que era a parte burocrática. Então, acordamos que eu ficaria cuidando das vendas e ele, da burocracia.
Mal sabia eu que essa sociedade seria a minha ruína. Eu confiei o meu negócio nas mãos desse homem que arruinou a madeireira e a minha vida. A minha paixão por vender me cegou. Com esse erro, eu tive uma das primeiras grandes lições como empreendedora: nem tudo na empresa é prazeroso, porém é preciso saber fazer de tudo, mesmo que delegue funções.
Após esse triste acontecimento, foram anos difíceis para minha família e eu recomeçarmos a vida. Meu pai precisou vender um terreno para pagarmos parte da dívida e três anos depois, infelizmente, ele faleceu. Ficamos somente minha mãe e eu batalhando para pagarmos as dívidas da madeireira falida.
Conseguimos abrir uma nova e menor madeireira na comunidade da Rocinha, onde voltei a me realizar empreendendo e vendendo, mas desta vez, com os pés no chão e a cabeça mais focada. Menos deslumbrada, passei a cuidar da parte burocrática mesmo achando chata, pois aprendi que era necessário. Ainda tinha dívida, entretanto segui a vida dando um passo de cada vez.
Nesse meio tempo, o meu marido passou em um concurso público e usou o primeiro salário dele para quitar a dívida restante da madeireira falida. Mudamos do Rio de Janeiro para Ribeirão Preto, onde nasceu a nossa primeira filha Thaís.
Moramos em Ribeirão Preto por três anos e lá eu comecei a cursar Direito, mas não concluí, pois nos mudamos para Taubaté que carinhosamente chamo de “Taubatexas”, cidade onde moro atualmente. Aqui eu tive a minha segunda filha Rafaella e não quis dar continuidade ao curso de Direito.
Dediquei-me aos cuidados das minhas filhas enquanto eram crianças. Até que decidi voltar a trabalhar empreendendo. Resolvi, então, me tornar personal organizer e fiz o curso profissionalizante na Casa Com Vida no Rio de Janeiro com Ivana Portella, Micaela Goes e Stella Rangel. Meu desejo era trabalhar organizando casas, levar organização ao lar das pessoas.
Assim que concluí o curso, minha vontade de trabalhar, de atender e de organizar a casa das pessoas era enorme. Percebi que seria necessário usar o Instagram para divulgar o meu trabalho, porém eu não sabia fazer nada com essa ferramenta digital. Diante disso, contratei um profissional na área do marketing digital para cuidar do meu Instagram.
Novamente eu estava deixando a minha paixão por vender me cegar, pois deixar o meu perfil nas mãos de outra pessoa foi o primeiro de muitos erros no Instagram, mas também um grande aprendizado.
O profissional que eu contratei, criou uma identidade visual nas cores rosa e preta que não transmitia a minha essência. Eu não gosto do tom cor de rosa e ver esta cor no meu perfil, no meu cartão de visita, no meu avental de trabalho me incomodava, porém eu deixei porque o profissional dizia que era a cor usada por personal organizer. Qual foi a consequência? Eu não conseguia vender o meu serviço, pois não me enxergava naquele perfil.
Além disso, ele automatizou o perfil. Os seguidores mandavam mensagem no direct e recebiam uma resposta automática. Eu, no anseio de estar organizando a casa das pessoas, não percebia isso e muito menos olhava o perfil para interagir com os seguidores. Consequência? Sem interação, não há crescimento no Instagram.
Por falta de conhecimento, eu aceitei uma proposta para comprar seguidores. Isso foi mais um grande erro porque os seguidores que chegaram não eram qualificados e não engajaram. Consequência? Sem engajamento, não há crescimento.
Com esses erros, eu aprendi três grandes lições no Instagram:
- O meu perfil do Instagram precisa transmitir a minha essência;
- Instagram é uma rede social e se faz necessário estabelecer interação com os seguidores;
- Atrair seguidores qualificados e estimular o engajamento.
Decidi colocar uma pedra em cima dos erros e me agarrar aos aprendizados obtidos. Dispensei o profissional e joguei para o universo aquele primeiro perfil, pois não era o meu corpo e muito menos a minha alma naquele Instagram.
Tomei posse de um novo perfil com a minha identidade visual, usando a paleta de cores que me agrada (preto, vermelho e dourado), comigo na linha de frente criando conteúdos e interagindo com os seguidores. Tudo isso passou a fazer muito mais sentido para mim, além do perfil crescer.
Fez tanto sentido que busquei aprender mais sobre Instagram, marketing digital e vendas. Com isso, fui me apaixonando pelo processo cada dia mais. Aproveito para fazer uma ressalva: eu acredito que se apaixonar pelo processo, por mais tenebroso que seja, é fundamental.
Nesse processo, eu recebi muitas críticas e julgamentos, como: “você não tem mais idade para isso”; “você não precisa disso”; “Instagram é para jovem”. Mas nunca dei ouvidos, segui firme e forte com o desejo do meu coração.
Assim como vinham as críticas, chegavam também mensagens de colegas personal organizer elogiando o perfil e perguntando como eu fazia. Percebi, então, que outras profissionais da organização tentando empreender no Instagram, também enfrentavam as mesmas dificuldades que eu enfrentei e resolvi compartilhar o conhecimento sobre marketing digital que adquiri.
Comecei a dar mentoria de Instagram para personal organizer e depois de dois anos, ampliei o atendimento para empreendedoras de diferentes nichos.
Passei de organizadora de lares para organizadora de perfis do Instagram. Tornei-me mentora de marketing digital para empreendedoras.